15 de nov. de 2009

Sorte

Mamãe e o Pelelê estão na escola de inglês.

Ao final da aula, a professora do Pê me procura, com ar de preocupada:

_ Hoje eu fiz uma competição na escola, o Pedrinho perdeu e começou a chorar. Eu fui tentar consolá-lo e ele disse que você havia mentido para ele, comentou a professora.

Meio contrangida com a revelação da professora, fui procurar o Pelelê na escola.

_ Pê, tudo bem?

- Tudo.

- Você participou de uma competição hoje na aula?

- Não.

- Mas eu soube que houve uma competição, que você perdeu e começou a chorar...

- Não.

- Mas eu soube que você disse que eu tinha mentido para você. Por isso que você estava chorando.

- É verdade. E você mentiu sim!, resmunga o Pelelê. E continua:

- Lembra que quando a gente ia saindo de casa, tinha uma mudança? E você disse que quando a gente vê uma mudança, tem sorte, né? Pois eu perdi no jogo.

Sem ação, mamãe continua o caminho para casa calada.

Alguns minutos depois, o Pelelê retoma a conversa:

- Mamãe, quanto tempo depois que a pessoa vê uma mudança é que começa a sorte? Uma hora, três horas, um dia, um mês depois? Em quanto tempo a pessoa começa a ter sorte?

- Depende, Pê. Por exemplo. Na semana passada, quando você saiu da aula de inglês, pediu para eu comprar um lanche e mamãe estava sem dinheiro. Hoje, você pediu para eu comprar um lanche, e mamãe comprou duas pipocas para você. Está vendo, então você teve sorte por mamãe estar com dinheiro hoje!

Pelelê fica uns segundos pensativos e fala:

_Ah, então a sorte da pessoa só começa no meio da tarde!

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